quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

BELEZAS DA VIDA

BELEZAS DA VIDA... com DEUS

Ainda sentimos no coração o sabor das carícias amorosas do Menino do Natal... e vemo-nos de novo a viver as graças de mais uma Quaresma!...
Como é belo o ciclo da vida! Como é maravilhoso, nos 365 dias do ano, podermos reviver o quanto Deus fez por nós desde toda a eternidade! Quanta doçura sentirmo-nos tão fortemente amados e queridos por Ele! Quanta confiança verificar que fecha constantemente os olhos aos nossos desvarios e não se cansa de nos chamar ininterruptamente das mais variadas formas para nos mimar com as delícias da totalidade daquele amor que só Ele nos pode ofertar!
Não sei que seria de nós se o decorrer da nossa existência não fosse entrecortado por estas épocas de vivências tão impregnadas de oração e vida, em que Jesus nos fala tão meiga e profundamente de tudo quanto precisamos ouvir para bem saber viver!
O Sol nasce para todos... pena que nem todos usufruem das suas verdadeiras dádivas.
Não consigo imaginar a minha vida sem Deus! Não consigo sequer pensar no desastre humano de não O conhecer!
Satisfaz-me o acreditar que, de uma ou outra forma, a Sua Divina Misericórdia está com todos os homens... quer eles queiram quer não!... Todavia, constrange-me a liberdade absoluta que esses mesmos homens têm de O aceitar... ou não aceitar!
Por que será que tem de ser assim???!!!...
Senhor! Quando a liberdade dos homens os afastar de Ti... faz deles Teus escravos!... É a única forma de lhes restituíres a liberdade verdadeira!

Hermínia Nadais

Publicado na Semente

sábado, 16 de fevereiro de 2008

DILACERAÇÃO

DILACERAÇÃO

Quando as coisas da vida
não estão de acordo
com o saber da inteligência
o querer da vontade
e o sentir do coração
a dor dilacera o peito.
O desespero apodera-se do ser
que não sabe como reagir
porque do que se passa
nada consegue entender.

A razão tem razões
que a razão desconhece
e que nenhum humano
conseguirá desvendar
pois se cada um sempre é
desconhecido dos demais
em casos tais
passará também a ser
desconhecido de si mesmo
e a reagir
de forma inesperada
descontrolada
e nunca imaginada !

Os desentendimentos
dissabores
e incompreensões
abundarão
porque o diálogo
quebrado pela frieza
das incongruências
que se amontoarão
ao longo dos dias
cada vez causarão
maiores desarmonias

E por mais esforços feitos
não é possível fugir
destas terríveis situações
e a vida cada vez
se torna mais atroz
e cheia de aflições!
Para quê... estas horríveis
confusões
que arrasam
a alma e o coração?
Não tenhamos ilusões!
É pura dilaceração!

Hermínia Nadais

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

SAUDADE E SOSSEGO

Hoje, a Casa onde viveste
estava mais triste.
As paredes soluçavam
e as portas exibiam
os seus olhares sombrios de saudade!

Entrei na Capela.
Falou-me muito de ti.
Subi a escadaria
e cortei no primeiro corredor
à direita.
Desejei sofregamente
beijar aquela mesa onde
frente a frente
nos falávamos...
mas... havia colegas.
Então... meus olhos marejaram
lembrando o desmedido crescimento
que esses dedos de conversa
me produziam.

Dei meia dezena de passos,
olhei ternamente
a tua porta!...
Estava fechada!
Ouvi a suave melodia dos teus passos
e a doçura da tua voz calorosa e firme,
senti o teu cheiro...
e nos segredos mais profundos
do meu coração saudoso
falei mais intensamente
para AQUELE
que tão bem me mostraste
e nos unia
e para QUEM continuaremos
a caminhar firmemente
e com coragem
não importa de que direcção!...

Sossega-me o saber
que quando o SEU AMOR
nos habita
une-nos e aproxima-nos!...
Não há longe nem distância!...
Não há solidão!

Hermínia Nadais

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A PAZ ETERNA

Paz eterna!
Eu também
não sei muito bem
o que poderá ser essa paz
que tanto almejamos!...

Sei, sim
que a paz deste mundo
não é a ausência de guerra,
mas a luta constante
pela compreensão
e aceitação
do outro como ele é,
para,
unidos,
transformarmos a vida
e podermos trabalhar
juntos
na busca do infinito
que nos trará
realmente
a eterna paz.

Hermínia Nadais

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

POMBAL VAZIO

POMBAL VAZIO

Vagueio
pelo deserto amargo
do meu pombal vazio!

Tento segurar a água
que quer rebentar dos meus olhos,
outrora radiantes
daquela felicidade
que o rodar da vida foi levando
para outras paragens deste mundo incerto...
ou para o “eterno desconhecido”.

Devagar,
o fogão
vai terminando o almoço.

No canto da mesa deserta...
enquanto
espero os pombinhos
que ainda arrulham por aqui...
a minha mão perpetua memórias!

Calmamente,
através da vidraça...
olho o dia cinzento...
e aproveito para pedir
às nuvens apressadas
que sigam
os caminhos do meu pensamento
e levem
onde eu não consigo
todos os carinhos do meu coração.

Hermínia Nadais